A safra de grãos de verão 2024/2025 deverá ser 16,9% superior no Rio Grande do Sul, chegando a 35 milhões de toneladas, se confirmadas as intenções de plantio dos agricultores e uma condição climática de La Niña fraco. A projeção foi apresentada pela Emater-RS nesta terça-feira (27), durante a 47ª Expointer, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil.
Apesar de os preços da soja estarem menos atrativos, a semeadura deve ocorrer em 6,8 milhões de hectares, com crescimento de 1,5% na área, apontou o diretor técnico da autarquia, Claudinei Baldissera. E render 21,6 milhões de toneladas, desempenho 18,5% maior do que na safra passada.
Já no milho, cultura mais afetada pelas chuvas intensas de abril e maio, a perspectiva é de redução de 7,4% na área plantada, ficando em 748 mil hectares. A produção, entretanto, pode chegar a 5,3 milhões de toneladas, 18,3% maior.
A Emater estima uma safra de 8 milhões de toneladas de arroz, volume 11,6% superior, conforme dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). E ocupar uma área 5,3% maior, de 948,3 mil hectares.
O maior aumento estimado está na cultura do feijão primeira safra, chegando a 26,8% e uma produção de 51,6 mil toneladas, em uma área 4,5% superior. Os resultados estão diretamente condicionado à confirmação das projeções apresentadas pelo meteorologista Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS). Conforme o especialista, os modelos meteorológicos indicam possibilidade de um La Niña de baixa intensidade e curtas estiagens.
Para a primavera, o indicativo atual é de ocorrência menor de precipitações, temperaturas abaixo da média e geadas tardias. E, no verão, menos chuvas e temperaturas próximas da média histórica.
Baldissera ressaltou, porém, que, além da questão climática, o investimento dos produtores na recuperação dos solos degradados e na preparação das lavouras será determinante para a consolidação da área a ser cultivada. E que isso dependerá, especialmente, da equalização dos passivos junto aos agentes financeiros, inclusive no que diz respeito às safras anteriores, prejudicadas pela escassez de chuva, e da viabilização do acesso ao crédito, com juros adequados e prazos alongados para pagamento.
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