O primeiro pórtico do sistema free flow em uma rodovia estadual do país está programado para iniciar seu funcionamento na sexta-feira (15/12) na ERS-122, entre os municípios de Flores da Cunha e Antônio Prado. Os últimos ajustes estão em andamento para assegurar uma operação eficiente. Com a tecnologia, a circulação pelos trechos abrangidos promete se tornar mais fluída, eliminando a necessidade de paradas ao longo do percurso.
O novo sistema vai substituir as praças de pedágio convencionais nessas localidades por pórticos de cobrança com fluxo livre. O free flow terá a gestão da concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), que é a responsável pelo chamado Bloco 3 do plano de concessões de rodovias do governo do Estado (mais informações no final da matéria).
O titular da Secretaria de Parcerias e Concessões (Separ), Pedro Capeluppi, afirmou que o sistema representa uma significativa melhora na experiência dos usuários – a qual será aplicada em outras rodovias do Estado futuramente. “Essa inovação será muito útil para melhorar a vida de quem trafega nas rodovias do Bloco 3 da concessão. O free flow e as obras que estão sendo feitas vão proporcionar mais agilidade e segurança para todos. E essa medida não vai parar por aqui, vamos implementar esse sistema nas próximas concessões dos Blocos 1 e 2”, disse.
Conforme o diretor-presidente da CSG, Ricardo Peres, a comodidade para efetuar o pagamento da taxa é um dos diferenciais do free flow. “Para o usuário, o principal será o aumento da fluidez da locomoção e a comodidade no pagamento. Esse pagamento, para usuários que não tenham a tag de pedágio, pode ser feito até 15 dias após a passagem pelo trecho, então poderá ser realizado de casa, do trabalho, de onde quer que se esteja, por meio do nosso site ou do aplicativo”, explicou. “Além disso, o usuário frequente poderá se beneficiar de um desconto progressivo, à medida que usa a via.”
Como funciona
A leitura das placas permite a entrada dos veículos no sistema, que também identifica a quantidade de eixos rodantes e suspensos. Com base nisso, é gerada a cobrança correspondente ao veículo e aos trechos percorridos. Quando a placa é identificada corretamente, o valor devido fica disponível para pagamento.
As imagens passam por revisão humana, caso as câmeras tenham algum problema para identificar as placas e, somente após a confirmação, a cobrança é registrada no sistema.
Veículos equipados com tag de pedágio terão o pagamento automaticamente debitado, com um desconto de 5% no valor. Além disso, usuários frequentes poderão desfrutar de descontos progressivos, começando em 5% e podendo chegar a 20%, dependendo da frequência de passagem pelo mesmo trecho no mesmo sentido (válido apenas no mês em que a quantidade de passagens necessárias for atingida).
Inicialmente, a tarifa do pórtico de Antônio Prado será equivalente à praticada na praça de pedágio de Flores da Cunha, que é de R$ 8,30. Entretanto, um dos objetivos do governo ao implementar essa medida é ampliar o número de pórticos ao longo das rodovias para reduzir o valor de cobrança em cada ponto de passagem.
O exemplo é uma rodovia de 60 quilômetros de extensão onde só existe uma praça física que cobra tarifa de R$ 10. Esse é o modelo atual das concessões de estradas brasileiras. Com o free flow estabelecido no Rio Grande do Sul, usando o mesmo exemplo, poderão ser instalados quatro pórticos nesse trecho (mantendo uma distância de 15km entre eles), com cada um cobrando R$ 2,50, o que vai tornar o valor proporcional ao trajeto percorrido.
Pagamento
Para efetuar o pagamento, os usuários contarão com diversas opções facilitadoras por meio do site da concessionária CSG e do aplicativo CSG FreeFlow (disponível para os sistemas Android e iOS). Ambos permitem pagamentos com ou sem cadastro, sendo que usuários cadastrados poderão usufruir de descontos adicionais. O sistema aceitará pagamentos por cartão de crédito e pix.
Para consultar débitos, os usuários podem se cadastrar e inserir os dados dos veículos desejados para monitorar os valores a serem pagos. Outro benefício para os usuários cadastrados será a capacidade de inserir créditos na conta para cobranças automáticas – lembrando que esses créditos só serão válidos para cobranças posteriores à sua inserção.
Trabalho conjunto
Além da Separ e da concessionária CSG, a operacionalização do free flow conta com diversas frentes e equipes de trabalho do governo do Rio Grande do Sul, como a Secretaria de Logística e Transportes (Selt), Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran RS), Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) e Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs).
Bloco 3
O conjunto de estradas concedidas representa 271,5 quilômetros. A concessão de 30 anos prevê investimentos de mais de R$ 4,6 bilhões por parte da concessionária CSG, em obras de duplicação de 67% dos trechos (120 quilômetros); implantação de 59,96 quilômetros de terceiras faixas; ampliação da segurança viária e sinalização; atendimento 24 horas e manutenção; entre outras ações.
Localização dos pórticos
Os pórticos estão sendo posicionadas em quilômetros próximos aos apontados previamente no contrato de concessão do Bloco 3 – onde, originalmente, seriam instaladas praças de pedágio. A quilometragem das rodovias está sujeita a alterações.
Texto: Thales Moreira/Secom e Ascom Separ
Edição: Secom
(FOTO: GUSTAVO MANSUR / SECOM)