O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul registrou queda de 0,7% no primeiro trimestre de 2023 na comparação com o quarto trimestre de 2022. A retração na economia gaúcha foi impactada pelas quedas na Agropecuária (-21,3%) e na Indústria (-4,4%), enquanto os Serviços apresentaram um leve crescimento no período (+0,3%). No país, o PIB registrou alta de 1,9% na mesma base de comparação.
A queda no setor industrial foi puxada pela baixa nos números da Indústria de Transformação (-5,6%), a de maior participação no segmento, e também pelos recuos nas atividades de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-1,9%) e Construção (-1,7%).
Os números da economia gaúcha no primeiro trimestre de 2023 foram divulgados na quinta-feira (22) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), em videoconferência com a participação do secretário-adjunto da pasta, Bruno Silveira.
Em relação ao mesmo período de 2022, o PIB do RS registrou crescimento de 1,7% no primeiro trimestre, enquanto o Brasil obteve alta de 4% na mesma base de comparação.
Comparação 1º tri/2023 - 1º tri/2022
Ainda que impactada pela estiagem registrada no início do ano, quando a comparação do primeiro trimestre é feita com o mesmo período de 2022, a Agropecuária apresentou taxa de crescimento de 13,6%, com destaque para o aumento na produção das culturas de soja (+57,7%), milho (+37,8%) e uva (+19,8%). O resultado positivo se explica pela menor intensidade da estiagem em relação aos três primeiros meses do ano passado, quando as consequências da falta de chuva no Rio Grande do Sul foram ainda mais intensas.
Na Indústria, a queda no primeiro trimestre em comparação com 2022 foi de 7,2,%, também puxada pela Indústria de transformação (-10,4%). "Entre as explicações para a baixa estão a interrupção dos trabalhos para manutenção na Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, e a parada na produção na General Motors, em Gravataí", explica o chefe da Divisão de Análise Econômica do DEE, Martinho Lazzari, responsável pelo cálculo do PIB. Conforme o pesquisador, a parada na refinaria representou cerca de 60% da queda registrada no segmento industrial do Estado no período.
Na Indústria de transformação, 11 das 14 atividades apresentaram resultado negativo, sendo as de maior impacto para a taxa agregada as de Produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-34,4%), Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-12,6%), Produtos alimentícios (-8,3%) e Produtos químicos (-10,7%). As altas foram observadas nas atividades de Bebidas (+13,2%), Móveis (+2,4%) e Produtos de minerais não metálicos (+2,6%).
Nos Serviços, a alta no trimestre em relação aos três primeiros meses de 2022 chegou a 3,3%, contra 2,9% do Brasil. Os principais destaques do segmento foram Comércio (+5,5%), Intermediação financeira e seguros (+5,2%), Outros serviços (4%) e Serviços de informação (+3,9%). Entre as atividades comerciais, as mais representativas para o resultado positivo foram Combustíveis e lubrificantes (+36,1%), Comércio de veículos (+21,7%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (+5,3%), enquanto os principais recuos estiveram nas atividades de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,7%), Tecidos, vestuário e calçados (-4,5%) e Móveis e eletrodomésticos (-2,2%).
“Para os próximos meses, puxada pelo crescimento da agropecuária, a economia gaúcha deverá apresentar uma recuperação. Apesar da estiagem ocorrida em 2023, a safra de soja, principal produto agrícola do Estado, será maior que a de 2022, impactando positivamente os números do segundo trimestre”, projeta Lazzari.
No acumulado em quatro trimestres, o PIB do RS apresentou retração de 3,4%. No país, a economia teve crescimento de 3,3% no mesmo período de comparação.
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