Mais de 3,8 mil estudantes de escolas públicas assistiram à circulação do espetáculo Histórias para Voar. De 13 a 24 de abril, o projeto do Instituto Cultural TARU passou por nove cidades das regiões Norte e Nordeste do Rio Grande do Sul: Lagoa Vermelha, Sananduva, Tapejara, São João da Urtiga, Erechim, Marau, Casca, Guaporé e Nova Prata. No total, o grupo de artistas percorreu cerca de 1.060 quilômetros em uma kombi multicolorida, realizando 16 apresentações e contemplando crianças e adolescentes de 10 escolas, além de professores e comunidades do interior.
"Foi uma experiência muito rica. Cada cidade visitada tem seu contexto, sua realidade. Para nós, artistas, isso é valiosíssimo, pois estamos sempre trocando experiências e amadurecendo a cada novo público. Atendemos desde crianças da pré-escola, de 4 anos de idade, até adolescentes do Ensino Médio. Vimos engajamento com o espetáculo, crianças se emocionando e muitos relatos de pessoas que nunca tinham ido ao teatro. Esse era o objetivo do projeto: democratizar o acesso, levar apresentações para cidades com menos oferta artística", avalia Aline Tanaã, que interpreta a menina moça Naná, protagonista do espetáculo.
Além de Aline, a peça é encenada por Gabriel Zeni, Doug Trancoso e Gio Mazzochi, que juntos formam o Coletivo Vegalianos. Na trama, inspirada pela estética mambembe, a pré-adolescente Naná perde o interesse pelas histórias da infância ao perceber que não consegue mais se lembrar delas. É aí que entra o Tio Zebedeu, que tem sempre um acorde certeiro para tocar a curiosidade, além de Seu Lento, um caramujo inventor que sonha em voar. Naná conta ainda com o afeto de uma artista que vai lhe contar uma história de sabedoria e coragem.
A estudante Lya Teixeira da Silva, de 16 anos, diz ter ficado encantada com a forma lúdica com que a peça trata assuntos contemporâneos. Ela assistiu ao espetáculo no encerramento da circulação, no Instituto Estadual de Educação Tiradentes, de Nova Prata. "Achei maravilhoso! A peça fala sobre adolescência, problema de convivência com os pais, reciclagem do lixo… Eu adoro teatro e já fiz parte de um coral. Acho que a arte muda a cabeça das pessoas e mostra como assuntos sérios podem ser encarados de forma leve. Adorei como eles fizeram isso", comentou a adolescente após tirar foto com os artistas ao final da apresentação.
Conforme a diretora do Instituto Tiradentes, Ivana da Rosa Garcia, a aprendizagem proporcionada pelo espetáculo ultrapassa as barreiras da sala de aula. "Para muitas daquelas crianças, foi a primeira vez que tiveram a oportunidade de conhecer um teatro. A arte contribui para o avanço de qualquer competência e habilidade de um ser humano. As histórias ajudam os estudantes a entenderem o mundo à sua volta, transmitem valores, provocam emoções e desenvolvem a curiosidade e o gosto que possivelmente as atrairão para a prática da leitura".
O espetáculo conta com orientação cênica de Fábio Cuelli e coreografias de Jhow Essência. Em cena, os artistas exploram uma gama de recursos, tais como máscaras, fantoches, contação de histórias e dança, além de música e sonoplastia feitas ao vivo. Houve ainda a distribuição de material educativo para estudantes e professores, com sugestões de atividades didáticas que podem ser executadas ao longo do ano letivo.
O projeto de circulação do espetáculo Histórias para Voar contou com recursos do PRÓ-CULTURA RS FAC - Fundo de Apoio à Cultura, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Ficha técnica
:: Projeto: Circulação do espetáculo Histórias para Voar
:: Proponente: Instituto Cultural Taru
:: Orientação cênica: Fábio Cuelli
:: Atuação: Aline Tanaã, Doug Trancoso, Gabriel Zeni e Gio Mazzochi
:: Coreografia: Jhow Essência
:: Produção: Gabriel Zeni
:: Registro documental: Cassi Boff
:: Assessoria de imprensa: Sublinha! Comunicação
:: Contabilidade: Soraia de Almeida
:: Financiamento: PRÓ-CULTURA RS FAC - Fundo de Apoio à Cultura, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul
(FOTO: RONALDO BUENO / DIVULGAÇÃO)