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A força revolucionária do rock - e do amorA força revolucionária do rock - e do amor

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Publicado em 11/10/2021, Por Jornal do Comércio

Há exatos 25 anos, o rock brasileiro dava adeus a um de seus mais icônicos poetas. O cantor e compositor Renato Russo, figura central da banda Legião Urbana, faleceu em 11 de outubro de 1996, deixando um rico legado que, até hoje, ecoa em diferentes aspectos da música e da arte em nosso País. Uma série de eventos e lançamentos devem marcar a data. Entre eles, está o lançamento dos livros Renato, o Russo, de Julliany Mucury e que aborda a vida do cantor a partir de uma perspectiva poética, e Música urbana: o início de uma legião, escrito por André Molina a partir de depoimentos de Kadu Lambach, guitarrista original da banda e que usava, à época, o nome artístico Eduardo Paraná.

Em meio ao efervescente cenário rock brasileiro da década de 1980, a Legião Urbana surgia como um ponto fora da curva, em mais de um sentido. Ao contrário da aura festiva de muitas bandas contemporâneas, a banda de Brasília trazia uma imagem mais séria e uma pretensão artística evidente - tudo personificado no visual introspectivo, na voz grave e nas letras altamente poéticas e emocionais de Renato Russo. Álbuns como Dois (1986), Que país é este (1987) e As quatro estações (1989) entraram sem pedir licença no imaginário da juventude oitentista brasileira.

Enquanto Cazuza cantava uma geração descobrindo a própria liberdade, Renato Russo falava, acima de tudo, de amor, retratado quase como uma força revolucionária capaz de dar significado à frieza de tempos opressivos. Era a voz dos jovens que preferiam ficar dentro do quarto, incertos sobre seu lugar no mundo - e que encontravam, na Legião, um misto de porto seguro e conforto encorajador. Não é a troco de nada que alguns fãs mais empolgados apelidassem o grupo de Religião Urbana - uma brincadeira que não agradava ao vocalista, que fazia questão de afastar de si qualquer postura messiânica.

Mesmo ainda parte da Legião Urbana, o cantor iniciou uma carreira solo, lançando The Stonewall celebration concert (1994) - referência ao bar de Nova York que, após rebelião em 1969, tornou-se um símbolo para a comunidade LGBTQIA+. À época, já enfrentava há alguns anos a Aids, diagnosticada em 1989; a opção do músico foi por conduzir a questão de forma discreta, sem pronunciar-se publicamente a respeito. As complicações decorrentes do vírus HIV resultaram em uma doença pulmonar crônica, que acabou levando o cantor à morte.

Atualmente, há uma batalha judicial em torno dos direitos da marca e das gravações da Legião Urbana. De um lado, estão os ex-companheiros de banda Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos; do outro, o filho e herdeiro de Renato Russo, Giuliano Manfredini.

(FOTO: RICARDO JUNQUEIRA / LEGIÃO URBANA PRODUÇÕES / DIVULGAÇÃO / JORNAL DO COMÉRCIO)