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Famílias de autistas enfrentam dificuldades na pandemiaFamílias de autistas enfrentam dificuldades na pandemia

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Publicado em 25/06/2020, Por FOLHAPRESS

No Brasil, não há dados oficiais sobre o número de pessoas que apresentam o transtorno do espectro do autismo (TEA). Segundo dados do Centro de Controle de Prevenção de Doenças dos EUA, uma a cada 59 crianças tem o diagnóstico. Estima-se que 1% da população mundial esteja enquadrada no espectro.

O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que se caracteriza, principalmente, pelo comprometimento das habilidades de comunicação e linguagem do indivíduo e pela presença de comportamentos repetitivos e estereotipados em diferentes níveis, resultando, em geral, em dificuldades de interagir socialmente e de aceitar mudanças na rotina.

Em tempos de pandemia, os desafios e as dificuldades aumentam. As alterações no cotidiano e limitações impostas têm difícil aceitação, principalmente entre as pessoas autistas.

Outro fator que as famílias brasileiras que possuem algum membro com TEA, assim como as demais famílias, enfrentam neste cenário é o desemprego e a diminuição da renda familiar.

A psicóloga e analista do comportamento Marina Ramos Antonio, diretora do Grupo Conduzir, composto por profissionais na área de psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicopedagogia, explica que o coletivo tem projetos ativos para informar e incentivar o acesso ao tratamento, bem como dar suporte às famílias que passam por algum tipo de necessidade.

"Nesse período, não poderíamos agir diferente. Nós fizemos doações para algumas ONGs e, para fechar com chave de ouro, optamos pela doação voltada às famílias que têm em seu núcleo familiar uma pessoa autista", explica a psicóloga.

Uma das beneficiadas foi Andrea Moura, mãe do Lucas, 17, diagnosticado com autismo aos 4 anos. Ela precisou deixar o emprego para cuidar do filho, e o marido está trabalhando com redução de salário e jornada.

Lucas precisa de alguns remédios, tem uma alimentação com restrições e já teve crises causadas pelo stress do isolamento social. Ele possui também problemas respiratórios e cardíacos, fazendo parte do grupo de risco da Covid-19. Com a pandemia, as terapias foram suspensas e ele passou a realizar todas as refeições em casa.

“Quando recebi a cesta básica, fiquei muito emocionada e percebi o quanto essa solidariedade é importante", afirma Andrea. "Essa ajuda é de grande valia, porque o meu filho agora está em casa o tempo todo. Antes já era difícil e, agora, com a pandemia, está ainda mais. Meu marido recebe por comissão e estamos pagando só as contas básicas."

De acordo com Ana Maria de Mello, superintendente da Ama (Associação de Amigos do Autista), esta parceria foi muito bem-vinda, pois a vida de mulheres que têm filhos com autismo já não costuma ser fácil, e com a pandemia as dificuldades aumentam.

“O apoio, além da evidente ajuda da cesta básica, traz um outro componente, que é o conforto de ver que algumas pessoas se preocupam com as outras", conta Ana Maria. "As famílias assistidas por esta campanha estão passando por dificuldades financeiras e, para elas, o gesto de apoio, além de ajudar a suprir suas necessidades básicas, traz um alento de coragem e força."