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Golpes e crimes virtuais aumentam durante a pandemia no RSGolpes e crimes virtuais aumentam durante a pandemia no RS

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Publicado em 15/06/2020, Por G1/RS

Desde o início do ano, mais de 1 milhão de golpes ou tentativas de golpes virtuais foram identificados no Rio Grande do Sul. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os crimes de estelionato aumentaram 25% durante a pandemia em comparação com o mesmo período do ano passado.

Em Porto Alegre, o universitário João Pedro Simch comprou um computador pela internet. Só que o produto nunca chegou. Tudo parecia real. A foto do computador na casa da vendedora, e até a suposta identidade dela enviada pelo celular. Para passar a ideia de que era uma família, tinha até um vídeo da suposta filhinha. João Pedro contou que tudo levava a crer que era um negócio seguro.

"Eu pedi que ela mandasse uma foto do documento dela, eu mandei do meu também para ter um pouco mais de segurança de fazer a transação", acrescenta.r, me mandar vídeos dela dando comida para as filhas bebês, fez todo um teatro que foi bastante convincente para mim", conta.

O universitário combinou que só ia fazer o pagamento no momento em que a mulher postasse o computador no correio.

"Eu fiz o pagamento e uma pessoa me mandou foto da agência de correio, ela me mandou foto de um comprovante com o meu nome, que depois eu identifiquei que era uma imagem editada. O produto nunca chegou, e quando eu fui comentar com a pessoa, ela já tinha me bloqueado no WhatsApp", afirma João Pedro. O prejuízo foi de cerca de R$ 2 mil.

"É um dinheiro que eu tinha guardado, não é um dinheiro que tinha sobrando pra mim. Foi muito preocupante porque é um instrumento de trabalho, eu sou aluno de universidade, eu preciso de um computador pra estudo e tudo mais. Então eu não tive outra opção a não ser entrar na Justiça para correr atrás dos meus direitos porque como é que a plataforma me coloca em contato com uma pessoa golpista? Como que eles não fazem nenhuma verificação dos dados dos usuários que se cadastram para vender produtos", questiona.

A diretora executiva do Procon de Porto Alegre, Fernanda Borges, relata os cuidados que são necessários na hora de fazer a compra.

"Nos classificados virtuais, o consumidor deve redobrar todo o tipo de cautela. Ele deve desconfiar de imagens muito atrativas, que pareçam, realmente, imagens profissionais, e buscar sempre antes de fechar qualquer negócio, manter um contato mais direto, ter mais informações com esse vendedor. E, se possível, apenas efetuar o pagamento presencialmente, ou depois de ter vistoriado as condições do produto que ele pretende adquirir", afirma.

A dona de casa Silvana Ribeiro de Moura, de Tramandaí, no Litoral Norte, decidiu ajudar o pai. Ele queria renegociar as parcelas do carro, mas quando ela ligou para o banco acabou caindo em uma armadilha.

A ligação foi redirecionada para um endereço de internet muito parecido com a página oficial do banco, e de lá, para um aplicativo de mensagens. No final, eles ficaram com um prejuízo de R$ 744.

"Aí eu fui clicando no passo a passo. Eu fui indo até aparecer um WhatsApp, e veio as opções se eu quisesse prorrogar a parcela eu adiantaria com desconto. Eu adiantei a parcela, e não apareceu o pagamento até hoje. Aí, eles me bloquearam", conta.

A reportagem da RBS TV pediu para o especialista em tecnologia Ronaldo Prass examinar o celular que a Silvana usou para ligar para o banco.

"Ele foi infectado por um programa malicioso. Ela deve ter recebido um link através de mensagem de WhatsApp. Aí, ela achando que estava em comunicação com o canal oficial da instituição, acabou recebendo um arquivo. Ele induz ela ao pagamento de um boleto falso. E aí é que o golpe ocorre", explica.

O especialista recomenda que as pessoas desconfiem de tudo o que recebem pelo celular.

"Evitar baixar links por mensagens de WhatsApp ou aplicativos semelhantes. Links recebidos por mensagens ali eles têm grandes chances de te direcionar a algum tipo de fraude. Quando acessar páginas, verificar o endereço que está sendo acessado, e antes de informar algum dado pessoal, qualquer dado, verificar, fazer uma pesquisa paralela, para ver se aquele endereço realmente corresponde a instituição. E o principal, jamais informar dados relacionados a documento ou mesmo tokens, códigos de verificação por mensagem de SMS. Porque isso também abre possibilidade pra outras fraudes", afirma.

Em nota, a Federação Brasileira de Bancos disse que as tentativas de golpes virtuais subiram 45% desde o início da pandemia.

 

(FOTO: ARQUIVO / RÁDIO MEGA)