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Mais um motivo para largar o cigarro: o novo coronavírusMais um motivo para largar o cigarro: o novo coronavírus

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Publicado em 01/06/2020, Por Vida & Ação

Muita gente não sabe ou finge ignorar, mas o tabagismo é a principal causa de morte evitável no planeta. Os estragos causados pelo consumo de tabaco matam mais de 7 milhões de usuários e 1,2 milhão de fumantes passivos por ano em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Marcado para fortalecer a conscientização sobre os malefícios do cigarro, o Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado no domingo, 31 de maio, teve uma importância ainda maior neste ano: o enfrentamento da Covid-19.

Lembrada durante uma pandemia que ataca, sobretudo, o sistema respiratório, a data ganha mais um aliado na luta contra o consumo de produtos fumígenos: o risco de agravamento de casos do novo coronavírus.

 

Por que o cigarro aumenta o risco do novo coronavírus?

Por ser uma batalha que se trava principalmente nas vias aéreas e nos pulmões dos pacientes, a luta do organismo contra a Covid-19 é fragilizada pelo uso do cigarro. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), é provável que os fumantes sejam mais vulneráveis à doença causada pelo novo coronavírus, já que os dedos estão em contato com os lábios, o que aumenta a possibilidade de transmissão do vírus da mão para a boca. Além disso, os fumantes já podem ter doença pulmonar ou capacidade pulmonar reduzida, o que pode agravar o quadro de saúde caso contraia a Covid-19.

Pesquisadores do mundo todo têm estudado a relação entre tabagismo e o novo coronavírus e observam que fumantes podem ser mais impactados pela Covid-19. É que eles são mais suscetíveis a infecções virais e bacterianas e complicações decorrentes de vários fatores, inclusive pelo comprometimento do funcionamento dos pulmões. Diversos estudos mostram que fumantes são mais propensos a desenvolver doenças respiratórias e cardiovasculares.

 

Estudos apontam 2,25 vezes mais chances de complicações

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) alerta para um cenário que preocupa por confirmar a relação entre o tabagismo e a progressão da Covid-19. Uma revisão realizada pelo Centro de Pesquisa e Educação para Controle do Tabaco da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, identificou 12 estudos que, ao todo, analisaram 9.025 pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Desse montante, 878 (9,7%) apresentaram complicações, sendo que desses pacientes, 495 eram fumantes. A pesquisa reafirma que tanto o tabagismo quanto o uso de cigarros eletrônicos aumentam a gravidade das infecções pulmonares e diz que fumantes têm 2,25 vezes mais chances de complicações graves decorrentes da Covid-19 do que não fumantes.

Além disso, a SBC lembra que o tabagismo é o maior risco controlável para doenças cardiovasculares, principal causa de óbitos no Brasil e que, segundo o Cardiômetro (confira aqui), resulta em mais de mil mortes por dia. Fumantes têm de duas a três vezes mais risco de sofrer um AVC, doença isquêmica do coração e doença vascular periférica, e de 12 a 13 vezes mais risco de ter doença pulmonar obstrutiva crônica, a DPOC, ressalta a entidade.

A Associação Médica Brasileira (AMB) se junta à OMS para fazer um alerta à população: fumar aumenta o risco de infecção e agravamento do quadro de Covid-19. O motivo de os fumantes fazerem parte do grupo de risco do novo coronavírus deve-se ao fato do consumo de o cigarro prejudicar os mecanismos de defesa do organismo, principalmente, das vias aéreas.

 

Sinal de fumaça também para fumantes passivos

Cassiano Barbosa, diretor técnico do Hospital Regional do Sudeste do Pará (HRSP), unidade pública gerenciada pela Pró-Saúde e referência no atendimento à Covid-19 na Região Norte.fumantes acabam tendo maior chance de adquirir infecções por vírus e bactérias, contraindo, além da Covid-19, outras doenças como pneumonia, gripes e tuberculose, por exemplo.

Além dos malefícios causados aos fumantes ativos, outro grupo que merece atenção é o dos fumantes passivos, ou seja, pessoas que moram ou convivem com fumantes, ficando constantemente expostas aos componentes tóxicas presentes na fumaça do cigarro.

Mesmo em menor grau do que o fumante ativo, os fumantes passivos também podem adquirir doenças pulmonares, como gripes e pneumonias, tendo seus mecanismos de defesa prejudicados e podendo até sofrer mais complicações na recuperação e tratamento contra a Covid-19, se comparadas a pessoas não expostas ao tabagismo”, explica.

 

Dicas para não fumar durante o isolamento social

Apesar de a principal medida preventiva contra doenças pulmonares ser largar o cigarro, uma maneira de lidar com o possível aumento da necessidade de fumar para aliviar a ansiedade, sobretudo durante o período de isolamento social, é procurar atividades prazerosas, tais quais ler, assistir um bom filme, praticar atividades físicas e criar uma rotina saudável com horários para se alimentar e trabalhar, organizando a mente ao longo desse período.

Outra dica de ouro aos fumantes para se protegerem, principalmente da contaminação pelo novo coronavírus, é sempre manter as mãos higienizadas, evitando levá-las a boca, e higienizar também as superfícies sobre as quais acondicionam os cigarros, para que no ato de fumar não se contaminem”, ressalta Cassiano Barbosa.

(FOTO: DIVULGAÇÃO CANVA)