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PIB avança 2,9% em 2022, mas retração no quarto trimestre ameaça crescimento de 2023PIB avança 2,9% em 2022, mas retração no quarto trimestre ameaça crescimento de 2023

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Publicado em 02/03/2023, Por O Sul

A economia brasileira terminou 2022 com uma freada brusca, mas isso não impediu o crescimento anual de 2,9% em relação a 2021. A desaceleração, esperada por economistas e analistas desde o início do ano, ficou mesmo para o terceiro e, principalmente, para o quarto trimestre, informou nesta quinta-feira (2), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nos três últimos meses de 2022, o Produto Interno Bruto (PIB, o valor de tudo o que é produzido na economia) caiu 0,2% ante o terceiro trimestre.

O consumo das famílias, principalmente o direcionado para os serviços, foi o motor da economia no ano passado, com avanço de 4,3% sobre 2021, enquanto os investimentos (classificados no PIB como formação bruta de capital fixo, a FBCF) cresceram 0,9% e o consumo do governo avançou 1,5%.

O consumo das famílias foi também o principal responsável pela surpresa positiva – um ano atrás, as projeções para o crescimento econômico de 2022 estavam entre 0,2%, pouco antes de os dados fechados do PIB de 2021 serem divulgados.

O quadro foi mudando ao longo do ano, à medida que dados conjunturais vinham mais robustos do que o projetado, mês a mês. Economistas foram explicando que fizeram a diferença para adiar a desaceleração os estímulos à renda das famílias garantidos por medidas do governo – como a elevação do pagamento mensal do programa de transferência Auxílio Brasil, a redução dos tributos sobre combustíveis, a liberação de saques extraordinários do FGTS e auxílios específicos para caminhoneiros e taxistas – e a “normalização” do consumo dos serviços.

Nessa normalização, após a redução das restrições ao contato social, por causa da covid, as famílias gastaram mais com bares, restaurantes, hotéis e entretenimento do que os analistas projetavam. Tanto que, pelo lado da oferta, o principal motor do crescimento do ano passado foi o setor de serviços, com crescimento de 4,2%. O PIB da indústria avançou 1,2%, enquanto o da agropecuária caiu 1,7%.

No terceiro trimestre, a economia já havia começado a desacelerar, mas, até aquele momento, os motores dos estímulos à renda e da retomada de uma demanda reprimida por serviços que exigem contato social suplantaram os freios puxados pela inflação elevada e pela reação do Banco Central (BC), que, para esfriar a economia e, assim, arrefecer a alta de preços, levou a taxa básica de juros (Selic) a 13,75%, num ciclo de aumentos que só seria interrompido em setembro. No quarto trimestre, a retomada da demanda reprimida se esgotou, e a ação do BC falou mais alto.

“Tivemos um aumento da poupança privada durante a pandemia e, nesse período (primeiro semestre de 2022), houve uma ‘despoupança’, o que ajudou a impulsionar a demanda doméstica, promovendo esse crescimento, mas que está se esgotando agora”, afirmou Carlos Lopes, economista do Banco BV. “A ‘cara’ desse quarto trimestre é parecida com o que veremos em 2023: a agropecuária forte deve ajudar a sustentar algum crescimento enquanto indústria e serviços desaceleram”, completou.

(FOTO: ARQUIVO RÁDIO MEGA)