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Comitê de Política Monetária do Banco Central mantém os juros básicos da economia em 13,75% ao anoComitê de Política Monetária do Banco Central mantém os juros básicos da economia em 13,75% ao ano

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Publicado em 08/12/2022, Por O Sul

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nessa quarta-feira (7), manter a taxa Selic em 13,75% ao ano – patamar em vigor desde o início de agosto. Essa foi a última reunião da equipe no governo Jair Bolsonaro (PL). O próximo encontro do comitê está marcado para os dias 31 de janeiro e 1° de fevereiro, já na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O comitê costuma se reunir a cada 45 dias para definir a taxa básica de juros da economia. Essa é a quarta reunião consecutiva em que o Copom fixa a Selic em 13,75% – o resultado já era esperado pelo mercado.

O atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, permanecerá à frente da instituição pelo menos até dezembro de 2024. Isso porque uma lei em vigor desde 2021 estabeleceu a chamada autonomia do Banco Central, com mandato para presidente e diretores da instituição.

O BC iniciou o governo Bolsonaro com a taxa de juros em 6,5% ao ano, e, em 2020, durante a pandemia, reduziu a Selic para 2% ao ano, menor patamar da história.

No entanto, a partir de março de 2021, o BC passou a elevar a Selic em todas as reuniões (12 consecutivas) e, com isso, a taxa chegou a 13,75% ao ano, o que configurou o maior e mais longo ciclo de alta desde 1999.

Apesar da manutenção da taxa, a Selic permanece no maior patamar desde novembro de 2016, quando estava em 14% ao ano. Ou seja, em seis anos.

O objetivo do ciclo da alta dos juros, segundo o BC, foi conter as pressões inflacionárias decorrentes da pandemia da covid, que gerou interrupção na oferta de produtos e injetou recursos extraordinários na economia, por meio de auxílios temporários, o que elevou os preços.

Também causou impacto na inflação a guerra na Ucrânia, principalmente nos preços de combustíveis e alimentos.

No comunicado emitido após a reunião, o Copom avalia que:

— no cenário externo, persiste cenário “adverso e volátil” e um “ambiente inflacionário ainda pressionado”; — no caso do Brasil, a inflação ao consumidor continua alta “apesar da queda recente”.

Na avaliação do comitê, a “incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país” pode pressionar a inflação e que, por isso, o cenário requer “serenidade”.

“O Comitê acompanhará com especial atenção os desenvolvimentos futuros da política fiscal e, em particular, seus efeitos nos preços de ativos e expectativas de inflação”, avaliou.

Por outro lado, o Copom estima que uma queda adicional dos preços das commodities e a manutenção dos cortes de impostos em 2023 podem atenuar a inflação.

Sistema de metas

Para definir o nível dos juros, o Banco Central se baseia no sistema de metas de inflação. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central pode reduzir o juro básico da economia.

Em 2022, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. Para 2023, a meta de inflação foi fixada em 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

Neste momento, o BC já está ajustando a taxa Selic para tentar atingir a meta de inflação dos próximos anos, uma vez que as decisões sobre juros demoram de seis a 18 meses para terem impacto pleno na economia.

Para o ano que vem, a previsão do mercado financeiro, feita na última semana, é de uma inflação de 5,08% – acima do teto da meta. Se confirmado, será o terceiro ano seguido de estouro da meta. Em 2022, o BC já admitiu que o objetivo não deve ser alcançado.

(FOTO: ARQUIVO RÁDIO MEGA)