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Copom mantém juros em 13,75% ao anoCopom mantém juros em 13,75% ao ano

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Publicado em 27/10/2022, Por Jornal do Comércio

A queda da inflação fez o Banco Central (BC) não mexer nos juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros. A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a segunda vez seguida em que o BC não mexe na taxa, que permanece nesse nível desde agosto. Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.

De março a junho do ano passado, o Copom elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de outubro do ano passado até fevereiro deste ano. O Copom promoveu dois aumentos de 1 ponto, em março e maio, e dois aumentos de 0,5 ponto, em junho e agosto.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

A decisão do BC é uma medida cautelosa na tentativa de manter as expectativas de inflação no Brasil, que apresentaram recuos nos últimos meses, somadas a indefinições com relação ao futuro. Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), isso demonstra que o longo ciclo de aperto monetário passou a fazer efeito no País.

"Mesmo com o cenário externo bastante complicado, o processo de desinflação da economia brasileira tem se mantido. Porém, a falta de certeza quanto à condução da política fiscal a partir de 2023, bem como a manutenção de uma postura de responsabilidade fiscal, colocam em xeque a ancoragem das expectativas de inflação", diz o presidente da Fiergs, Gilberto Petry.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirma entender a decisão do colegiado em manter a Selic em 13,75% ao ano, devido ao patamar atual da inflação e das expectativas para 2022 e 2023 em relação a alta de preços. No entanto, espera que, com a continuidade do movimento de queda da inflação, o Copom inicie em breve o processo de redução da Selic. O Brasil tem, hoje, uma das maiores taxas de juros reais do mundo. "Os juros em nível mais baixo deixam de representar entrave tão intenso ao consumo e aos investimentos e, assim, permitem melhor desempenho da economia ", avalia o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

(FOTO: FREEPIK)